Amigos, aqui está postado um novo texto redigido por mim. Foi para publicação no Jornal do Bairro de Paranavaí. Aproveitem a leitura.
Os acidentes de trânsito e a mobilização Nacional
De tempos em tempos, vemos que os
brasileiros se emocionam e se mobilizam em torno de um fato. Quando um grande
ídolo falece, todos choram e reconhecem quão importante aquele personagem era
para o país. Quando acontece um desastre natural, muitos ajudam, tanto
financeiramente quanto com serviços. Exemplos são as mobilizações nacionais
frentes aos desastres naturais do estado do Rio de Janeiro, Santa Catarina,
entre outros. No caso dos acidentes de trânsito, isto não poderia ser
diferente.
De repente, um acidente ocorre com uma
pessoa conhecida, algum artista, esportista famoso, e o Brasil inteiro fixa os
olhos na televisão, a cobertura das redes de TV são imensas. Para-se o trânsito
para o acidentado passar. Aviões, helicópteros, equipes médicas são mobilizadas
em torno de uma pessoa. Nestes dias, o caso do filho de um cantor famoso
preenche a programação de redes de televisão. Entrevistas e canções aparecem de
hora em hora. Aí pergunta-se: Isto está errado?
A resposta é: NÃO! Aquela pessoa que
recebe todo este tratamento merece tudo o que está sendo feito para ela. O
problema é que é feito só pra ela. Quantas pessoas ficam horas e horas nos
corredores dos hospitais? Quantas pessoas aguardam dias e semanas para um
atendimento digno? E não precisa de avião nem helicóptero. Não precisa de
equipe de TV, de repórter, muito menos de cobertura em tempo integral. O
sofrimento da família já é suficiente. Não precisa mais.
E tem mais: Por quê não se preocupar
com a vida antes da ocorrência do acidente? Por quê não usar cinto de
segurança? Falta de conhecimento? Com certeza, não. Acreditamos que não exista
uma pessoa neste país que não saiba da efetividade do cinto de segurança para o
ocupante do veículo. Existe também unanimidade em relação as conseqüências do
cansaço na direção de um automóvel. Todos nós sabemos que dirigir cansado e
esgotado, a noite inteira, cochilando, é pedir para sair da pista. Algumas
vezes, é possível acordar antes que ocorra a colisão. Outras, não.
Assim, continuamos a acreditar que
TODOS têm o direito de se recuperar, de se reabilitar. Torcemos profundamente
para que aquele e outros acidentados melhorem e voltem para suas vidas de antes.
Mas do que adianta tudo isso? Será que adianta o acidentado falar as seguintes
frases? “Nunca mais vou andar nesta velocidade . . . Nunca mais vou conduzir sem cinto de
segurança . . . Vou me cuidar . . .” Adianta
depois do acidente ocorrer? Portanto, este texto terminará com estas três
perguntas. Não precisa responder agora. Lembre quando você tiver na frente de
um volante:
1.
Adianta se arrepender depois do acidente?
2.
Você vai esperar ocorrer contigo para depois
se arrepender?
3.
Será que será possível se arrepender?